Pode ter passado um pouco despercebido, mas o Financial Times informou recentemente que a Apple está pressionando para aumentar substancialmente seus negócios de anúncios nos próximos anos.
Então, como sabemos disso se a Apple não falou nada publicamente? De acordo com o LinkedIn, a Apple tem mais de 200 vagas para seu negócio de plataforma de anúncios, o que quase dobraria o tamanho da sua infraestrutura atual. Estima-se que a Apple provavelmente teve cerca de US$5 bilhões em receita de anúncios em 2021 e pode crescer para mais de US$30 bilhões por ano até 2026. Isso não é o suficiente para ultrapassar o Google ou o Facebook, mas a Apple tem uma vantagem injusta daqui para frente.
Alguns Antecedentes
Você se lembra da atualização do software iOS 14.5 que ocorreu a cerca de um ano atrás? Isso permitiu que os usuários de iPhone e iPad impedissem que aplicativos de terceiros, como o Facebook, rastreassem e monitorassem seu comportamento em seus dispositivos móveis. Isso já havia sido uma "pegada" da Meta e, portanto, foi um impacto negativo forte em seus negócios de anúncios. Somente em 2022, a Meta deverá perder mais de 10 bilhões de dólares por causa dessa atualização.
Não é surpresa que, vendo o que está escrito no mundo digital, o Google tenha começado a planejar um futuro sem cookies para ele mesmo e para seus navegadores Chrome, e com mais atualizações de privacidade afetando o Chrome até o final de 2024.
A Vantagem da Apple
Ao contrário da Meta ou do Google, a Apple tem a tremenda vantagem comercial de possuir a grade completa de todo o seu ecossistema de produtos. E eles fazem um excelente trabalho em manter os clientes participando dos novos produtos e serviços! Quer se trate de hardware (telefones, tablets, computadores) ou de software (Safari, App Store, Apple Maps, Apple TV, Apple Arcade), a Apple possui todos esses dados do usuário e não precisa depender de cookies ou permissão de terceiros para obtê-los.
Como isso afetará a estratégia da plataforma de anúncios à medida que eles escalam e otimizam? Que mudanças veremos na experiência do usuário dos produtos Apple? Provavelmente é ainda muito cedo para dizer - mas, na minha opinião, aqui estão algumas coisas para ficarmos de olho:
Busca Local
- Em 2020, 93% de todos os consumidores usaram pesquisas online para encontrar uma empresa local e 42% das pesquisas locais envolveram cliques no Google Map.
- De acordo com a Bloomberg, a Apple começará a exibir anúncios no Apple Maps em algum momento de 2023.
Remarketing em Display
- Muitas vezes, um cliente navega no Apple Books, Apple TV e no aplicativo Podcasts da Apple sem fazer uma compra ou seleção. Será que podemos antever um futuro em que essas pesquisas sejam usadas para fazer remarketing para usuários dentro do Safari (navegador da Apple)?
Realidade Aumentada (AR) / Realidade Virtual (VR)
- Há muito tempo há rumores de que a Apple pretende lançar seu próprio headset AR / VR, além do Apple Glass, e fazer o Facebook Oculus e ao Hololens da Microsoft terem que correr atrás do prejuízo.
- Dependendo de sua funcionalidade, essa pode ser uma grande oportunidade para as marcas aproveitarem a mídia mista para atrair clientes de várias maneiras.
Marketing de Busca
- Admito que este é mais um tiro no escuro (e já que estou escrevendo isso, por favor, permita-me viajar) - mas e se a Apple decidisse ir atrás do Google com seu próprio mecanismo de busca? Com todos os dados da Apple sobre seus clientes, ela poderia gerar resultados de pesquisa mais contextualizados e relevantes do que qualquer outro mecanismo de busca disponível no mercado.
- E, caso você tenha perdido, a atualização de software iOS 16, lançada recentemente, adicionou uma barra de pesquisa na tela inicial de todos os dispositivos móveis. Acionada a busca, os resultados da pesquisa na web atualmente direcionam para o Google, mas seria um sinal precoce de que há coisas por vir?
Fonte: https://www.macrumors.com/how-to/remove-home-screen-search-button/
Por Que Isso Deveria ser Importante para Você
Ao longo dos anos, a Apple fez questão de basear a sua reputação como guardiã da privacidade do usuário. Então, como eles trabalharão com marcas e profissionais de marketing para aproveitar os dados dentro de seu vasto ecossistema de usuários de maneira ética? Será que implementarão um modelo de CPC (custo por clique) semelhante ao do Google? Neste caso, será que cobrarão dos profissionais de marketing um prêmio para criarem anúncios altamente direcionados, apoiados por dados e interesses comportamentais do cliente?
Não se engane; A Apple está, com toda certeza, fazendo a escolha certa ao fazer uma grande aposta em seus negócios de anúncios. Francamente, é um pouco surpreendente que ainda não tenham feito isso. Em um momento em que a Meta parece um pouco instável e o Google está lutando para mapear um futuro pós-cookie prático, certamente é algo para ficar de olho nos próximos anos.
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